
A FOME DO MUNDO
por Cláudio El-Jabel
Pego-me relembrando o passado,
Coisa pequena,
Nada assustado,
Lembro do laguinho de peixes,
Das coleções de peixinhos,
Da tentativa frustrada,
De montar um barquinho,
Lembro bem das ondas,
Das marés atuantes,
Lembro de ainda menor,
Já pegar ao volante,
Coisa que gostava e gosto,
Dirigir, pilotar,
Seja carro,
Moto,
Barco,
Máquinas,
Avião,
Sinto que respondem bem ao meu comando,
Quando falhas neles não hão,
Chego bem rápido a qualquer lugar,
Passado, futuro, presente,
Qualquer direção,
É simples de usar apertando o botão,
É simples assim,
Imaginação,
Lembro também da sala de aula,
Da professora ensinando,
Aulas de ciências,
Estava ela falando,
Do copo a janela,
Com água embebida no algodão,
Da simples semente de pé de feijão,
Crescia com pressa,
Parecia desejar sair,
E mais que depressa me pus a orquestrar,
Dar sustentação a vida daquele ser,
Do pote a terra,
Com todo cuidado,
Eu o vi crescer,
E foi apenas eu sorrir,
Logo pôs-se a florir,
De uma semente colhi cinquenta,
Ainda não entendo a fome humana,
Se o multiplicar é algo tão latente,
E olha que só plantei uma semente.

Curtir isso:
Curtir Carregando...