MANTO SAGRADO
por Cláudio El-Jabel
Ainda pequeno gostava de minha bike,
Com ela andava quilômetros sem cansar,
Subia serra, descia ao mar,
Numa bela manhã bem cedinho,
Lembro-me disso, pois estava sozinho,
Peguei minha bike,
E como o Batman, saindo da batcaverna,
Desci rápido pela rampa ao lado do sítio,
Com meus trocados no bolso todo garboso,
Direção certa era a padaria,
Guloseimas e sorvete eram o que pretendia,
Essa era minha intenção,
E dali após me deliciar,
Sair pedalando em qualquer direção,
Tudo era tão bom, tão calmo,
Ninguém poderia imaginar,
Um ônibus maldito viria me atropelar,
Estava eu na calçada,
Andava sim um pouco perto da rua,
Mas o ônibus veio a subir na maldade,
E me pegar sem lisura,
Sim passou com as rodas enormes sem me dar chance,
Fugiu sem dar socorro,
E deixou em mim não a morte,
Pois tive muita sorte,
Mas queimaduras terríveis nas costas,
Dizem que fiquei entre o paralelepípedo e o asfalto,
Pequenino de ainda oito anos,
Tive algo a mais nessa investida,
Não morri, e nem souberam explicar,
Como uma criança tão pequena pode suportar,
As marcas do pneu ficaram queimas em minhas costas,
E levei tempo para me recuperar,
Os médicos diziam milagre pois não sabem como suportei,
Eu também não lembro, não sei,
Acredito que fui salvo além do ângulo entre o paralelepípedo e o asfalto,
Uma mão que me cobriu como um manto,
E caminha sempre a meu lado.
Nossa! Que esse Manto continue te protegendo!
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Obrigado Valéria. Ótimo domingo pra você.☺👍
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Não só minha mente que se faz escrever loucamente, as vezes coisas boas. noutras tipo estranhas, são as loucuras de nossa mente humana. 🙂
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Continue escrevendo! 👏🏼
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Vou tentando, pode deixar. ❤ 🙂
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