SEM JOGO
por Cláudio El-Jabel
Oi moleque!
Até onde pretendes ir?
Sabes que é chegado seu tempo,
Nem penses em fugir,
Aguarde sem medo, sem aflição,
Sabes que podes voltar,
Pois sempre lhe estendi minha mão,
Moleque travesso,
Cara de metido, exibido,
Achas ser o dono do saber,
Quando mesmo em idade,
Tens ainda muito a aprender,
Não faço jogo, nem jogo dados, bem sabes,
Quando preciso chamo,
Sabes que te conclamo,
E o faço apenas, pois te amo de verdade,
E claro moleque reclamo,
Pois vives a se esquivar,
Do que temes meu filho?
Eu sei meu pai,
Entendo seu chamado,
Mas ainda não terminei meu trabalho,
Peço que entendas e aguarde um tempo mais,
Sei que não jogas dado,
Sei que queres fazer tudo a seu tempo,
Mas assim como eu, escreves,
E me desculpe a ousadia,
Mas eu escrevo versos,
E tu meu pai?
Escreves de forma certa, correta,
Entendo, sei muito bem,
Mas como poderia eu saber,
Se era de fato chegada à hora, que brotas,
Já que tu meu pai,
Escreves apenas em linhas tortas?