PARA FALAR DE FLORES
por Cláudio El-Jabel
Disse que falaria de flores,
Para evitar um pouco os horrores,
Ai pensei nas plantas medicinais,
Afinal havia começado um blog que descrevia sobre as mesmas,
Mas acabou por ficar parado,
Faltou gancho não sei, vontade talvez,
Percebi que as pessoas querem tudo pronto,
Não querem procurar, estudar, entender os porquês?
Se lhes contam uma história já acreditam no ato,
Não importa se ela existiu de fato,
Verdadeiro consumismo até na informação,
Querem tudo de bandeja,
De preferencia bem posta a mesa,
Comem apenas o que lhes apetece,
Rejeitam o resto que nem sentiram o sabor,
Muitas vezes por ouvir dizer que é veneno, mata,
Quando a bem da verdade tudo é veneno,
Até mesmo aquilo que se bebe em garrafa ou na lata,
Infelizmente nem mesmo nossos vegetais querem mais ajudar,
Prefere omitir seus poderes, evitarem com isso o corte,
Para viverem suas vidas em tranquilidade,
O mesmo que nos humanos fazemos ao omitir a verdade,
Mas então como saber ou conhecer tal receita,
Por que a mesma erva que mata, manipulada por outro, salva?
Simples assim, há diversas formas de colher,
Umas, colhemos bem cedinho,
Outras ao entardecer,
Umas devem ser brotos,
Outras bem velhas e desbotadas,
Outras ainda no seco ou quando estão bem molhadas,
Há, ia me esquecendo,
Existe algo que poucos sabem,
As plantas se contaminam com seus vizinhos,
Há de saber então onde colhê-las,
Em que tamanho podem ser usadas,
Se maceradas, por decocção ou fervura,
Se secas ao Sol ou mesmo a sombra,
Se queimadas as cinzas ou em carvão,
Assim são nossos pensamentos,
Para alguns, pode não surtir efeito,
Não por ser leigo, mas não ater a atenção,
Então nada mais justo que deixar a poesia responder,
E claro nada como a de Shakespeare.
“Oh! imensa é a graça poderosa que reside nas ervas e em suas raras qualidades, porque na terra não existe nada tão vil que não preste à terra algum benefício especial. Dentro do terno cálice da débil flor residem o veneno e o poder medicinal…”
(Cena III, Ato II de Romeu e Julieta – William Shakespeare, 1564-1616)
Terminando bem o dia, Kambami! Assim é bom! Obrigada por mais este post, tão questionador e tão rico em conhecimentos. Boa-noite.
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Agora sim, gostei de ver que para tudo tem explicação, deixo então com todo carinho e após o trabalho diário, um belo descanso, mas não deixe de cobrar o salário, rsss. 😉
Uma bela noite a você Maria! 😉
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Republicou isso em Fonte da arte.
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😉
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“…Por que a mesma erva que mata, manipulada por outro, salva?…”
“…Dentro do terno cálice da débil flor residem o veneno e o poder medicinal…”
As Flores… as Ervas… eternas amigas da saúde e bem estar do Homem!
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Pulando a bela analogia que fizeste…
Tinha um programa na Band que eu adorava ver: era com Professor Sylvio Panizza. Aprendi muito com ele sobre plantas medicinais 🙂
E fiquei de voltar ao seu outro blog 😦 Digitando devagar, não dá para conciliar tudo. Hoje por exemplo, deixei de digitar dois textos de filmes para visitar a blogosfera que eu até já estava em falta com os amigos 🙂
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Liga não! De lá não sai ai pode ir vendo e fazendo a seu tempo. 😉
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Onde e quando: ao sol, da manhã? Crepuscular? Sob a lua? Negra, Crescente, Plena? Em tudo, a colheita, assim como a semeadura, é arte! E para os bons, já peritos no semear. A semeadura é livre…
Bacana.
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😉👍
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