ACHO
por Cláudio El-Jabel
Acho,
Nunca gostei muito dessa palavra,
Ela em si não afirma nada,
Deixa dúvidas sobre a verdade,
Viver de achismo nunca foi minha praia,
Prefiro crer e errar em minha crença,
Do que achar algo que não me contempla,
Nesses dias tenho pensado muito,
Confesso que em minha incansável observação humana,
Onde tento de fato entender, essa incrível e difícil sociedade urbana,
Muitas vezes taxo mesmo todos de loucos,
Mas depois me pergunto se também não o sou,
Pois não compreendo muito suas atitudes, seus anseios,
E olha que convivo nesse meio,
Humanos, como se eu também não fosse,
Ou quem sabe na verdade não o seja,
Com o leque de informações que tenho de nada duvido,
Mas vejo ou pressinto estarmos caminhando ao abismo,
Os valores antes construídos para uma evolução,
Mudaram da água para o vinho, e creio que em vão,
Como digo não acho, pois tenho certeza em meu entender,
E gostaria muito de ter pessoas sábias que me fizessem compreender,
Mas meus sábios se foram, me restou apenas as lembranças,
E delas fomentar minhas esperanças pela crença que carrego,
Saber que mesmo no transformar natural tudo se encaixa,
Sei que esse tudo não sai de graça,
Mas com a força que tenho,
Vou tentando movimentar e retirar do caminho,
Os monstros que insistem em atravessar,
Ignorando o poder a mim conferido,
Poder do guerreiro, da força de explosão,
Mas uma luta a remover,
Invocando a força dos titãs,
Magistica sobrenatural,
Iremos de fato sofrer,
Veremos ainda muitos Sóis nascerem,
Muitas Luas por virem,
Muitas águas descerem das nuvens,
Muitos ventos soprarem,
Mas mesmo assim me perdoem,
Eu somente creio, não acho.